terça-feira, outubro 28, 2008

Um Toque que tropeça !








Tempo rubro...



Espero pelo silêncio
Que se faz em madrugada
Nos ecos de passo a passo.
Lá fora uma manhã de data errada
Fala-me de corpo e cansaço
Que tropeça na esquina do tempo.


Esse tempo que não sei parar
Pele de cidade refugiada
Sonho que caminha inocente
Por seara de cor partilhada
Nasce de silêncio a semente
Em tempo de colheita inesperada.


Espanta-se o silêncio a centro
Em palavra ainda não inventada
E o trigo de cor madura
Pelo Sol de uva vindimada
Traz-me cerejas de ternura
Que tropeça na esquina do tempo.

Su@vissima






terça-feira, outubro 14, 2008

Um Toque amarrotado !








Bordava girassóis de linho...



O Verão esqueceu...
Pedacinhos de Sol
Nas paredes do meu quarto.
Não sei em que leito perdeu
A cor quente do girassol
Que me prometeu colher...
(Em Agosto!)

As pétalas amarrotadas...
Murcharam
Caídas pelas chão
Silenciadas...
Desesperaram...
De tanto esperar, tanto esperar!

Cansadas...
Vazias...
E indiferentes
Aos sonhos e fantasias
Vestem-se de perguntas urgentes
As paredes do meu quarto...

Responde-me o vento (devagarinho)
-Diz-se que Agosto se escondeu
Triste! De olhar desesperado...
Enquanto lá fora os pássaros contavam
Histórias de linho bordado.









sexta-feira, outubro 10, 2008

Um Toque menino !







Menino daquela rua...




Parei a olhar
O sorriso daquele menino
Como se pousasse por minutos
Na árvore do destino...



O Sol desenhado na parede
Conta-lhe aventuras sem fim
Por mundos de sonhos encantado
Deixa-lhe na boca o sabor a jasmim
E na pele gotas de tempo suado.



É vagaroso aquele gesto
De quase íntimo abandono
Como se fosse um cão perdido
Que procura o seu dono
No vazio dos dias, esquecido.



Fim do dia, acabado o Sol
Chega-se a noite no seu frio lençol...
Dobram-se palavras debaixo da língua
Fecham-se as cores das janelas
E dormes-te assim, ao som das estrelas!
(Ou de mim!)

Su@vissima