O Toque de um abraço !

Esperando...

O abraço
Faz-se de corpos colados
De lábios beijados
De pele a arder...


Calo-me...
Oiço o silêncio crescer
Num abraço de alma vestido
E pelo corpo descer...


Abraça-me...
Deixa-te perder
Entre a raiz do sonho
E o prematuro amanhecer...


(O meu abraço vai esperar...
Até o calor dos teus braços aprender
E neles se perder!)


Que poderão os braços meus
Esperar
Senão os abraços teus?

Su@vissima

Um Toque breve !

Morro à porta da tua boca...

Na imperfeição do tempo

Mergulho um breve lamento

Cá dentro o dia anoitece

Despindo pelo chão o pensamento

Lá fora o Sol entristece

As nuvens que cantam ao vento.

As mãos pensam-te horas

Na encruzilhada do coração despido

E ouvem-te um ansioso gemido.

A boca sedenta pelo beijo teu

Sente-se de ventre aberto

(Já perto! Tão perto!)

Su@vissima

Um Toque sem tempo !

Respirando o teu tempo...

(Este tempo que não existe?)

Mas se deixa em nós beber
Respirar e no papel escrever...

Será que da vida não desiste

Feito palavra imóvel ao vento

Voando nos ombros do pensamento...

Será talvez um uivo triste

Em lua cheia de abraço

Seda de acetinado traço...

Será mesmo tudo se persiste

Nesta quase libertina teimosia

De ser véspera de algum dia...

(Mas um dia destes...)

O corpo que não te resiste

Dançará na voz do vento

A música do teu pensamento.

(E aí...)

Su@vissima

Um Toque ao adormecer !

No esquecimento...

Ontem acordei...
Sem vontade de acordar
(Tentei esquecer)
Dos lábios o sabor a sonhar
Acabei por esquecer de adormecer.


Apetece-me...Não sei o quê!
Talvez partir em viagem...
(Tentar esquecer)
Mas tenho nas veias a tatuagem
Que teima em não querer adormecer.


Deixo o leito ao Sol
Esperando de porta aberta
(Tentei esquecer)
As palavras de noite incerta
Que não me deixaram adormecer.


Hoje deixei-me embalar...
Como se o tempo não tivesse dia
E a noite vestiu-me de fantasia.

Su@vissima

Um Toque a olhar o mar !

Disse olá ao mar...

Foi de ti mesmo...

Que hoje ao fim da tarde, lembrei

Quando senti o cheiro a mar.

Desci até à areia, descalcei

E quedei-me ali mesmo a olhar

(Caminhamos lado a lado?)

Caminho pela praia
Enquanto o mar dança rumores
No marulhar que me envolve a saia.

Uma brisa branda e fria

Flutua nos braços do horizonte

Recorda-me a (tua) vontade

Que (me) dança na nostalgia

Espelhada nas águas da saudade.

Ai! mar-amante de segredos feito

Lambe dos pés o desejo

Que sentes cravado no peito...

Traz-me o dono da conchinha

A boca que tempera o beijo

Antes que se esqueça da minha!

Su@vissima

Um Toque de provocação !

No teu corpo...

Do teu peito
Deixa-me...
Roubar aquela estrela
Desfolhá-la em pétalas pelo leito
Perfumar-me...


Do teu corpo, compõe uma salsa
Dança-me...
Na pele voluptuosa do tango
Na seda suave da valsa
Sonha-me...


Da tua noite
Caminha-me...
A provocação de Ravel
No bolero da tua boca
Sopra-me...
Liláses de mel
(E beija-me!)

Su@vissima

Um Toque que adivinha !

O frio da boca...



Fez-se amanhecer
Bailo-me nua no teu olhar
Abraçada à concha de perfume rosa
Que me ofereceste ao entardecer.


Pára de me embriagar!
Arranca-me a saudade do peito...
A fome da boca...
O frio da roupa...
Ai! Porque te bebi?
Se não me cabes na sede!


Anoitece, finalmente...
O meu corpo procura o teu
Avidamente...
Adivinha-te
A voz do desejo...
O odor do suor...
(Fica!)

Su@visima