Ventre da terra...
Crescem em terra amordaçada
Sementes de mãos vazias
Repousadas na esquina dos dias.
Na quietude mansa da calçada
Caminha uma silhueta diferente
Um passado de futuro ausente.
Vem de tempo despenteada
(Pelo vento que faz de Norte)
Cheia de nada e vazia de sorte.
E assim...
Continua triste e obstinada
Mendigando o tempo derradeiro
Grávida do mundo inteiro.
Repousa de mãos vazias
Pela mansa esquina dos dias
Sementes em terra lavrada.
(Finalmente!)