Pescador de girassóis...
Sempre que o olhava...
Ele guardava nas mãos
Algumas pétalas da flor
Que o pincel de ingénuo despudor
Pintara na pele
(Do seu barco!)
Um casal de girassóis
Inacabado...
Cada um, esperando ser ceifado
Desfolhado pela vida
Rumo ao certo?!
Pelas veias quentes
Escorria-lhe um tremor
Aquele sentir entre a dor
E o prazer consumado
De ter entrado por dentro
Do corpo tão desejado.
Se fosse hoje
Ele pintaria
Uma flor despida
Com cor jamais parida
E pétalas de alvo linho
Ou fios de seda pura
Tão diferente...
Lentamente...
Hoje...
Os girassóis chovem
Pelas mãos cheias
Sonham com quentes areias
E tantos nadas...
Hoje...
Ele partiu mar fora
Aproveitando a maré cheia
Despediu-se das mil dunas de areia
E foi...Lentamente
Finalmente.
Su@vissima
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