segunda-feira, abril 28, 2008

Um Toque entre !








No mar da tua mão...




Entre o teu dia e a minha
Noite...
Há o beijo que te quer
Abraçado em cintura de mulher.


Entre a minha pela e a tua
Mão...
Há o desejo molhado
No sabor do lábio mordiscado.


Entre o meu ventre e a tua
Espada...
Há o templo esculpido em gume
Seios que queimam teu lume.


O meu ventre que é teu
Tem segredos para lá do umbigo
Concha-mar que a tua mão
Transforma em búzio do meu castigo.

quinta-feira, abril 24, 2008

Um Toque em liberdade !










Que saudade...




A lágrima já era
Antes de doer!
O sonho existia
Antes de nascer!


Sou livre?
Não serei, talvez!
Mas quero a liberdade
Aquela que chorei...
Que em menina e moça, sonhei.


Um diluvio de saudade
Rasga os céus
Lá longe, oiço a cidade
Vestida de cravos vermelhos.


(Podaram a árvore da liberdade?)


Persistente! Ela vai renascer
Flor rubra pela madrugada.


(Se Abril chegar primeiro...)
Diz-lhe lá pela alvorada
Que "Depois do Adeus"
Uma ceifeira encantada
E um trovador de voz serena
Serão do povo a voz
Em "Grândola Vila Morena".


Su@vissima









segunda-feira, abril 21, 2008

Um Toque que me acorda !










Noite lenta...




A noite acorda-me...
Feita desejo na ponta dos teus dedos
Gemendo, rasga-me...
A pele dos lábios
Entreabrindo no corpo, os segredos.



Cresce a sabor a cereja
Fruto de tempo perdido
Colhida no pomar da boca
Fazendo salivar de inveja
O espasmo feito punhal
Que desagua junto à roupa.



A noite encontra-me...
No teu corpo perdida
E vicia-me...
No teu espasmo lento.


Su@vissima








quarta-feira, abril 16, 2008

Um Toque para lá de ti !










Para lá de mim...





Para lá do olhar...
Tenho um areal desenhado
Em verdes algas pelo chão
Veias pulsando de emoção
Pelo canto de sereia enfeitiçado.


Para além de um olhar...
Tenho um tempo em maré cheia
Em sonho de segredos feito
Ondulação que marulha no leito
E se desfaz pelo lençol de areia.


Para além do olhar
Tenho a tempestade do teu rio
Em que naufrago mais uma vez
Abraçada ao teu barco de nudez
No tempo que se faz manso e macio
Para lá do olhar.


Quantos rios e mares, estão para além do olhar?









segunda-feira, abril 14, 2008

Um Toque a crescer !









A aprender...


O teu querer-me nasceu
Mil e um olhares, depois do pôr-do-sol.

O meu querer-te aconteceu...
Em cada gesto teu.

No meu desejo de caminhar
Os segredos do teu gemer.
Quando o teu querer...
Me abraçava
E com o meu se misturava.

Era a necessidade
De me ter...
De te percorrer.

De estar em mim...
De te explorar cada milímetro
Todos os odores
Todos os sabores.

(O teu cheiro a terra lavada
Mistura-se com o sabor a noite acabada)
E tu querias tudo
Como se eu quisesse o nada!

Foi do teu querer
E do meu...
Que a nossa madrugada nasceu.

Su@vissima








quarta-feira, abril 09, 2008

Um Toque arrepiado !








Faz mil anos...



Escrevo-te
E o meu corpo cede
Arrepiado...
À lembrança do momento
Em que te sentiu
Extasiado...
Em ondas de prazer.



Sabes?
A noite tem o teu olhar
Vejo-o no luar
Espelhado...
Na brisa que entra pela janela
Acariciando-me o labirinto
Suado...
Em ondas de prazer.



E sabes que mais?
Gosto-te assim menino
Repousando o desejo
Molhado...
Pela sede de mil anos
Num devasso momento
Aprisionado...
De braços abertos
Inundado...
Em ondas de prazer.


Su@vissima









quarta-feira, abril 02, 2008

Um Toque da pele !








Ensina-me o silêncio da pele...



Sinto-te no dia, na noite, na madrugada
Deslizando a fome e a sede de pele calada
Caminhando na margem das dunas
Cascatas de mãos em água lavada
Em tantas luas de bem-querer.

A Primavera geme sabores a amoras
Floresce versos de que te enamoras
Caminhando na margem das dunas
A nudez em tempo feito de horas
Em tantas luas de bem-querer.

Fala-me de ti amor, ensina-me a madrugada
Caminhando na margem das dunas
O vício que se perde pela pele calada
Em tantas luas de bem-querer.