A bonança do temporal
Tinham
Memórias atracadas ao cais
Guardadas no esquecimento das mãos
Enquanto
O Inverno improvisa temporais
No cansaço redondo de sabermos
Que a Primavera se veste de madrigais!
Sonhavam
O sabor branco, quase apagado
De uma folha de papel silenciosa
Nascido
De um traço em gemido segredado
Bebido no eco que a boca ouve
Ao sentir-se mel desejado.
(Alivia-me o sal da pele)
Desenha no meu corpo o cais
Feito de rimas e poemas
Adivinha-me no peito os temporais
Em que naufragaram palavras
(Quase) interditas
Perdidas em luas de madrigais.
Su@vissima
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