quinta-feira, julho 26, 2007

O Toque do destino !








Linha da alma...



Nas linhas da palma da mão
Tenho o destino de um perfume
(É um cheiro de bem-me-quer)
Misturado com aroma de pão
Tem quase sabor de sexo em lume
E som de serenata ao luar.


É um traço de fino veludinho
Sedoso como asas de borboleta
(Será "Metamorfose" de kafka?)
Em leito de sabor a rosmaninho
Com beijos e abraços violeta
(Será a tua madrugada de carinho?)


Abro-te a mão...E sigo o traço
Esperas-me no caminho infinito
Lá! Onde me aguarda o teu abraço
(No Tudo da Alma).

segunda-feira, julho 23, 2007

O Toque de um lugar !











Naquele lugar...




Sei de um lugar...
Em que o corpo se despe da forma
É apenas um indomável pensamento
Voando pelas mãos galopantes do vento
Leve algodão esvoaçante a sonhar.



Sei de um lugar...
Que toca as noites de Lua
Diluindo a luz do vazio do Universo
Em estrelas de Amor no ventre do verso
Espirais de uma dança por inventar.



Sei de um lugar...
Em que se pintam rostos de tempo
Com esboços nas esquinas da cidade
E gentes em cores de efémera eternidade
(Qual luz intemporal que dura até acabar).



Sei de um lugar...
Em que os beijos calam os lábios da dúvida
Que existe em nós, na metade que não és tu
Abrigo em porto seguro, de um tempo nu!
E Eu...Serei quem sabe, alma de mar
(Ou talvez perfume de céu).



Sei de um lugar...
Perfumado de pétalas de sorrisos
Com caminhos de rosmaninho pela serra
Misturado com o cheiro a molhado da terra
E a pele com gotas de orvalho, de amorar.
Sei de um lugar...














quinta-feira, julho 19, 2007

Um Toque de Alvorada !











A porta da noite...



...Nos braços do sonho de ninguém
É só que adormeço
E Tu?
Tu estás ao teu lado, muito além!
(Visto-me de lua e esqueço
Este querer de promessas que a noite tem)...


Desce-me pela madrugada
A tua memória despudorada
E bate-me à porta da noite.


A saliva que a tua boca deseja
Desafia-me a pele desnudada
Segredando conchas de mar.


Chega a manhã já anunciada
(E espreita-me...)
Por entre os lençóis descansada
Nos braços fortes do tempo.


E antes que me pense acordada
Tocas-me em Sol a "Alvorada"
(E pergunto-me...)
Se no teu sonho me perdi
Ou no meu fui encontrada.



As tuas palavras húmidas de sentimento
Oiço-as na música com asas de abraço
E o silêncio do teu olhar descalço
Traz-me olhos de água, voando ao vento.


terça-feira, julho 17, 2007

Um Toque de começo !












Diluindo...




Não sei se me aconteço
Mas sei onde me começo!
(Agrada-me este diluir)
Entre o começar e o acontecer
Entre o olhar e o bem-querer
Umas vezes chegar e outras partir.


Aconteço num impulso de vento
Quando sopro um pensamento...
(Porque a divagar se vai ao longe)
Por chão fértil de um tal pomar
Que é a terra húmida do olhar.


Começo na véspera da chegada
Pelo caminho do querer nada
Vestida na dúvida da certeza
Que se faz corpo de alma
Entre o temporal e a calma
O rosa de paixão e o azul beleza.


De olhos na tua chegada
Com mãos de Tudo pintada
(Agrada-me este diluir)
Em embarcação de vela nua
Pela pele do Sol e da Lua...
Aconteço-me amanhã ao partir.

Su@vissima







quinta-feira, julho 12, 2007

O Toque de um "Lamento" !












Nas cordas de uma guitarra...





Descalça pela praia...
À chuva miudinha...
Com o mar namorando-me a saia
Passeio-me assim à tardinha
E o vento molda-me o seio
Quando comigo caminha
Em gestos de sedoso devaneio
Lambendo a chuva miudinha.



Descalça pela praia...
Entre as dunas quase abraçada
Pela música renovada da tua pele
Chega-me um incenso de madrugada
O teu "Lamento" com cheiro a mel
(Melodia de guitarra encantada).




Dedilhas-me as cordas pela cintura
E subindo a mão pelo meio...
Desnudas-me o corpete de alvura
Que cobre o aveludado seio
Enquanto o mar me namora a saia
Ali mesmo...
Descalça pela praia.




E as mãos nuas...
Levantaram âncora
Navegando mar fora
Adoçando o sal por outras luas.




(Uivam guitarras ao vento
Enquanto a chuva miudinha
Me lambe o seio, num "Lamento").

quinta-feira, julho 05, 2007

O Toque do que (não) sabemos !










Sabemos...



E Nós sabemos da rosa...
Também sabemos do "laço"
E até gostamos de uva
De voos de mariposa...
De receber aquele abraço
E de beijar entre a chuva.



Sabemos de noites de Lua cheia
De luar grávido de vontade
Em rebolar pela pele da areia.



Sabemos letras de verdade
Fazemos as de liberdade crescer
E diminuir as letras da saudade!



E até reconhecemos...
Depois de aprendermos
(A comer os nossos morangos)
"Que nada sabemos"!

Su@vissima








quarta-feira, julho 04, 2007

Um Toque de vontades !











Um grito no horizonte...



Rasgam-me as vontades...
O Sol e até as verdades!


Apetece-me cortar o topo das cruzes
Vestir-me em azul trajo de luzes...
Mudar o tempo que esqueceu o Verão
Pegar a chuva, bem pelos cornos
Secar as gotas e mudar contornos.


Escondam-me as vontades...
O sonho e não as verdades!


Apetece-me gritar aos cinco cantos
Que o mundo não é só de uns tantos...
Porque os outros são simples gente
Que não sabe navegar em rio parado
Nem conhece margem de sonho cansado.


Façam-me as vontades...
Deixem dançar as verdades!


Apetece-me vestir palavras abundantes
Soprá-las ao vento em versos sufocantes...
Mudá-las? Não! Não mudo uma, sequer!
Deixo-as dançar pela cor da escrita
Como um papagaio a que dou guita.


Rasgam-me as vontades...
O Sol e até as verdades!

Su@vissima









segunda-feira, julho 02, 2007

Um Toque de conversa !















Véu de noivar...



Converso comigo à sombra
Da árvore que plantei com carinho
...Sorrio-lhe por entre o caminho
Do jardim de açucenas em flor
Que lembram um veú branco de noivar
(Colhi o perfume de uma, para ti Amor).


Fecho os olhos e oiço o por-de-Sol
Toco-lhe com a ponta do dedo
Devagarinho, quase a medo...
Ajeito uma nuvem ao canto do jardim
Num canteiro de algodão doce...
Que me recorda o teu sabor a jasmim.


Têm sabor a banquete sem hora
Estes momentos de folhas ao vento
Com iguarias maduras, cor de amora.


Voam as palavras em dança transparente
Conversando comigo neste passo lento
Abraçada aos sorrisos de Sol no poente.

Su@vissima