quinta-feira, outubro 18, 2007

O Toque de uma carta de Amor !










Escrevo-te...




A palavra nasce de letras sem ventre.
E a palavra existe.
A palavra evita.
A palavra esquece.

A palavra fenece
A palavra persiste.
A palavra é a minha segunda voz.

A palavra somos nós!
E a palavra também erra!



Escrever-te...
Ou juntar palavras em ti, fez-se hábito
Em mim!
Cresce-me de uma vontade indomável
E eu queria...



Queria!
Sentir-te em cada letra que divago
No abraço que vem de ti.
No beijo abraçado que me aquece a pele

E me desperta o coração.



Queria!
Queria mesmo que as letras que escrevo
Fossem pedacinhos de brilho do teu olhar
E construíssem palavras que dançam
Em constelações de outra galáxia.



Queria!
Que as horas fossem afagos
Línguas quentes de abraçar
Que me serenassem a margem dos dias

Quando não desaguas no tempo do
Meu mar.
(E quando o tempo me acontecer
Irei querer-te ainda mais).



Queria!
Escrever-te o que hei-de sentir
Não parar em ti
Mas sim por ti, preencher a Alma em ti.
E com a Alma sentir-te a alegria.



...Mas o que sinto não tem cor de letra
Nem traço de tela
Nem pauta de divina melodia.
Voa como pássaro de fogo
Em pensamento de galopante fantasia...



Queria!
Vestir a sombra das tuas esquinas
E dançar nas gotas da tua pele macia.



Queria!
Que a palavra fosse um pensamento vadio
Se espalhasse pelas veias em pulsações
Contínuas
Fosse gata em pleno cio
E saltasse todos os telhados da tua noite.




Gostava!
Ai como eu gostava de te ensinar palavras
Libertas
Sem sujeito ou predicado
Sem ponto de interrogação...
(E de portas abertas...Eu esperava).


Mas o que eu mais gostava
(olhos de mel)
Era olhar para ti e dividir a Paz
Que me corre nas veias
A paixão que me fervilha na pele
A noite perfumada de jasmim
E no silêncio da minha voz
Dar-te uma parte do Amor que multiplico
Em mim.


De tanto querer e gostar
Ainda um dia destes vou lá chegar.
E depois...











1 comentário:

Anónimo disse...

Sempre de fazer arrepiar porque se sente, porque se imagina...

Bem hajas por esse privilégio que é de poucos...


Alvorada