quinta-feira, novembro 29, 2007

O Toque de uma cidade !








Da cidade...



Contaram-me...
Que viver na cidade da ilusão
É acordar na alvorada da incerteza
Descalça, caminhando sem chão.



E eu via...
Paredes com sorrisos de tristeza
Jardins estreitos de cimento
E pratos tão cheios de pobreza.



Voava...
Um poeta nas asas do pensamento
Sentindo a verdade do seu Amor
Nas letras que sopra ao vento.



Cantou-me...
Trovas do tempo de abraçar
Pela estrada dos afectos em flor
No jardim de silêncios por partilhar.



(letras de cidade? Não as sei!)







terça-feira, novembro 27, 2007

Um Toque a procurar !










Espero-te



Hoje amanheci sem me acordar...
Simplesmente abri os olhos e olhei o dia
Porque a alma e a pele
Ficaram nos braços do sonho
Um sonho nosso...De ingénua magia
(Sonhos de barcos de papel)
Mergulho no nosso silêncio
No mar do tudo...De nós...


Procuro-te o olhar...
Os sabores e os odores
Procuro-te no reflexo da luz do mar.
(O meu corpo procura o teu abraço)
Procuro-te nas palavras
Em cada gesto após a vírgula
Procuro-te no parágrafo e no espaço
Entre o ponteiro do minuto e do segundo.


(Resta-me a memória de nós...)
Dos dedos grita a memória do corpo
Das cartas de Amor...
No ouvido guardo a memória da voz
Dessa carícia em flor.


A memória das emoções
Não cabe nas paredes do quarto
No silêncio das sensações
Que a noite ecoa pelo leito
Transborda o conforto do peito
E instala-se na rua da saudade
Nas entrelinhas das horas na cidade...


Hoje, eu já nem me pertenço
Deixei um pedacinho em ti
Hoje queria simplesmente resgatar
O brilho do teu olhar...
E abraçar-te na ausência de mim.








sexta-feira, novembro 23, 2007

Um Toque que passa !








De flores vazias...





Vestias-me de flores a pele
Que incendiava num momento nu.
Guardavas num favo de mel
As pérolas que enfeitavam o olhar.



Um dia, esqueceste-te de ser tu
O vento que me queria acariciar!
Vestindo seda na ponta dos dedos
Que acetinavam o seio quase nu.



Adivinhando o silêncio dos medos
Que espreitavam através do olhar.
Demasiado tarde, percebi que eras tu
Hoje és o vento que nem oiço passar!



A ilusão de um poema...
A embriaguez de um sonho
Que se desconhece
E fenece...

Su@vissima








terça-feira, novembro 20, 2007

Um Toque de espera !









Poema esperando (em ti)






Era tempo de Lua (cheia)
E tu entravas-me pela porta da poesia.



A noite que ainda agora se despia
Veste-se de um poema (homem)
E impúdica, olha-te nua, (fantasia)
De quereres no corpo, fermentados.


Suavemente, abres botão a botão
Cada um dos meus versos
E o caminho da tua mão
Contorna-me as dunas da nudez
Entre o aveludado do seio
E as rimas da pele do coração.


Desces-me em cascatas de prazer
E de ternura...
Numa ondulação espumada a nascer.


No silêncio, um gemido dançado
E o meu corpo que se faz cheio de ti
Afoga-se no beijo perfumado.


Se me cheirasses agora, (Amor)
O poema que me escreves na pele
Sentirias da espera, o odor
Um tempo cheio de luares e de mel

E sentirias nas palavras o sabor
De amar com todas as letras.









quinta-feira, novembro 15, 2007

O Toque da (in)justiça !








Os espinhos da rosa




A tolerância explicou um dia...
A razão porque assim agia!
(Lançaram-lhe olhares de soslaio)


Disse que tinha igual... direito
Como qualquer um outro!
Não era orgulho ou defeito.


Fez-se escândalo total!
Foi alvo de suspeita anormal
Riscaram-na do calendário
E foi trancada à chave no armário.



Restava-lhe o olhar da justiça...
(Que às vezes, se veste de preguiça)
Mas acabou, por ficar prescrita!



E a verdade que ninguém quis ver
Quase se deixou no tempo esquecer.


Até que um dia, foi julgada...
E à morte prematura, foi sentenciada!



Diz-se que renasce em cada flor
Em abraços de Primavera
Com espinhos vestidos de Amor...
Que nos envolve em transparente cor.









terça-feira, novembro 13, 2007

Um Toque a queimar !









Desenho palavras...



Tenho palavras por dizer
Que teimam em queimar-me os lábios
Desde o tempo, naquele anoitecer.


Era uma noite abraçada de magia
...E eu corria para ti devagar
Quase te aprendendo os contornos do dia.


Hoje ao desenhar letras no papel
Arrepio-me quando te imagino o cheiro
E estremeço quando te adivinho a pele.


(Quanto tempo demoras a chegar?)
...Para abraçares as palavras
Por dentro de mim e no meu colo naufragar...


Tenho palavras por dizer
Que teimam em queimar-me a pele
Do corpo, em rodopios de amanhecer.

Su@vissima






quarta-feira, novembro 07, 2007

Um Toque do ser !








Este é o meu corpo...




Vem!
Eu sou a fonte da vida
O odor que te faz estremecer
Sou a tua pele vestida
Sou a nudez do teu querer
(Sou corpo de mulher)
Para remissão do teu desejo.




Vem!
Eu sou o ventre de prazer
Sou a tentação...
A língua que te lambe o querer
O caminho do teu coração
Para remissão do teu desejo.




Vem!
Este é o corpo
Por ti muito amado
E este é o mel
Que será por ti derramado
(Descendo em rio pela pele)
Para remissão do meu desejo.




Vem!
Este é o mistério de nós!

Su@vissima












segunda-feira, novembro 05, 2007

O Toque de uma dança !









Dançando contigo





Dançam-me os olhos nos dedos
E as palavras saem-me coloridas
De letras, por desertos perdidas
Ou talvez não!
São gestos de palavras nascidas
Sem rosto, daí a cor intensa!



Serás tu o meu oásis?
Que me preenche o vazio das veias
O sal que adulcifica o meu mar...



Sabes?
Contei segredos ao mar...
E deitei na areia para te encontrar
Espraiei-me em cada pedacinho
Do teu corpo
(Peguei uma conchinha, linda!)
Guardo-a comigo...
Ela traz-me a curva das carícias do
Teu abraçar
(E do aprender da doçura quente
Dos teus dedos!)


Não me deixes prisioneira do impossível
Usando a recta para contornar a curva
Do tempo inatingível
Como se o sonho não me coubesse

Na curva da mão!

Su@vissima









sexta-feira, novembro 02, 2007

Um Toque do depois !










Em voz off...




Não posso descobrir o conforto das tuas
Lembranças
Deixo que o tempo naufrague no teu regaço
E o tempo pede-me Amor, minutos, cansaço
Quando embala em passos de danças
Ausentes de ti, de mim...



Cala-te tempo, não me enlaces o peito
Nem me avives a memória do suor
Que escorre por entre a pele e o Amor
Quando de Amor, o tempo se faz estreito
Nas horas do tecto da noite...



Cortei aquele fino fio de seda
Que me atava aos teus suspiros de sedução
E me roçava a pele em ofegante respiração
Até que se transformavam em alta labareda
Consumindo o cansaço do dia...



Não vou mais adiar-me da vida
Beijo os segredos que a tua boca encerra
E parto-me guerreira de uma outra guerra!
Não posso deixar-me da noite esquecida
Guardo-te no conforto das lembranças.



Houve um tempo que nasceu entre os dois
Na carícia do querer
No gesto do aprender

Agora é tempo de esquecer...
É o tempo para lá do Amor, o depois
De nós, ausente de ti e de mim...


Su@vissima