O Toque dos lençóis!

No tecto da noite...

Um quarto em chama...
Um gemido na cama...

Lençóis de branco algodão...
Perfumados de sedução...

A luz ténue de uma vela...
Na parede uma tela....

Uma música para amar...
Um abraço para dançar...

O nosso primeiro beijo...
Um cavalo de desejo...

Um suspiro de prazer...
Uma maré de querer...

Dois corpos a saciar...
A pele no suave roçar...

E tu, senhor do mundo...
Em meu vale profundo...

No doce feitiço de Lua...
Me possuis ali.....TUA!

Su@vissima

Um Toque de piano!

Gestos de ontem e de hoje...

Limpo o pó, ao piano dos amores!
Hoje fiz música ao acordar...
Banhei-me em livros do passado,
Percorri leituras do presente...
Decidida a alguns arrumar...
Começo num livro, já acabado,
Belo, doce, mas.....ausente!
Sinto-lhe o aroma no olhar.
Deslizei para outro lado...
Este livro era bem quente,
Escrita intensa e divertida,
Um toque de anjo, safado.
Outro, sonho de muita gente,
Quase fui, estrela perdida...
Na onda de luar apaixonado.
Folheio tons de Fernão Capelo,
Voámos nas asas da vida...
Doeu, aterrar e esquecê-lo.
Restam os que leio agora...
Um de brisa em chão incerto,
Barco em olhar naufragado,
Sonhando pelo mundo fora.
O outro, ainda não aberto...
De aroma, bem acentuado,
Raio de Sol, que aqui mora,
Manhã que me acorda o desejo,
Jardim da noite perfumado,
Sorriso que me enamora...
Suspirando no mel do beijo!


Su@vissima

Toque da Esperança!

Sonho da noite passada...

Perguntei àquela menina...

Onde está o sonho da alegria...
Será que voou no esquecimento?
As lágrimas de tantas manhãs...
A angústia de um negro dia...
Poemas gemidos ao vento...
Será que foram esperanças vãs?

Esquecidos no fumo da apatia...
Fechados na névoa da história...
Espigas trigueiras de tormento...
Papoilas rubras de amargura...
Gentes de curta memória...
Ceifados na raíz do pensamento!

E a menina me respondeu....
Olho os cravos do meu desalento...
Se até o POETA morreu...

E é nesta sede de outro Abril...
De olhares outrora libertados,
Que o doce aroma não esqueceu,
Dos sonhos, que eram muitos mil,
Vestidos de cravos encarnados,
Procuram quem de Abril se perdeu!

Su@vissima

O Toque de Abril!

Chão da fraternidade...

E depois do adeus...

O povo é quem mais ordena,

E assim nasceu a madrugada,

Sorrindo segredos aos olhos meus,

Abril se veste de Vila Morena,

Deixando de ser brisa amordaçada,

Qual pássaro que inicia o voar,

Rasga as amarras da saudade,

Gritando ao vento a palavra sonhada,

Vinte e cinco amanhece a cantar,

Feita chão, terra da fraternidade,

E no silêncio da voz recuperada,

Com mil cravos a perfumar,

Se vive a alvorada da doce liberdade!


Su@vissima

O Toque de branco mel!

De silêncio sabor...

Bebo no teu ombro de sumo moreno,
Saciando-me no segredo da pele,
Habito os teus olhos, banho em flor,
Abrindo as pétalas do meu olhar,
Gravadas na noite em brando cinzel,
Em teus lábios, murmuro o sabor...

Quero-te meu, em branco mel!
Queres meu arrendado lençol, namorar?


Enamora-te ao beijar meu seno,
Pérola das tuas noites de prazer,
Delicia-te no chão do meu jardim,
Regato sedento de teu alvo papel,
Deseja-me na rua de teu gemer,
Que me chama à porta, assim...

Quero-te minha, em branco mel!
Queres meu arrendado lençol namorar?

Su@vissima

Um Toque de recusa!

De morte não sei...

De morte não sei...
Nem quero mais saber!
Sei do Sol que aquece o olhar,
Semente que germina o meu viver.

De morte não sei...
E de ela não quero ouvir!
Oiço as marés neste caminhar,
Que desaguam no meu sorrir.

De morte não sei...
Nem a saberei cantar!
Canto este desejo que me delicia,
De em teu abraço, o beijo dançar.

De morte não sei...
Nem lhe conheço a cor!
Conheço o teu carinho de veludo,
Gemido do meu azul amor.

Su@vissima

O Toque da Alma!

A janela do CHAMAmento...

Deixei a janela da alma aberta...
E devagarinho te deixei entrar,
Aninhei no teu abraço, que me aperta,
Desnuda-me a luxúria do teu olhar.

Deixei a janela da alma ao luar...
Para me colheres, estrela em flor,
E pétala a pétala me desfolhar,
Saciando essa fome e sede de amor.

Deixei a janela da alma amanhecer...
Adormecendo o desejo, no teu peito,
E nos gemidos da pele, entardecer,
Dois corpos, num só, em branco leito.

Deixei a janela da alma florir...
Menina mulher, de sonhos ao vento,
E teu aroma de canela, seduzir,
Sereia encantada ao teu CHAMAmento!

Su@vissima

Um Toque de verdade!

Visto-me de verdade...

Hoje...
Senti o fel da falsidade,
Vestida de amarga vaidade,
Que assalta a alma devagar,
Na inquietude do ladrão...
Será que não tem coração?

Hoje...
O veneno da grande cidade,
Levou a minha serenidade...
Para um trilho que desconheço,
Silêncio da minha palavra saber,
Será que ainda vou entender?

Amanhã...
Vou transformar a maldade,
Pintá-la em raios de verdade,
Vestir-me de Sol, apaixonada,
Olhar com olhos de alguém...
E ele que olhe com os meus, também!

( ..."Serás os meus olhos,
por isso observa, como se os teus,
fossem também os meus")

Su@vissima

O Toque do beijo!

A pérola do beijo...


Tocar-te de leve o sonhar...

Desflorar-te o pensamento...

Despir-te com meu perfume...

Abraçar-te com o olhar...

Desaguar no teu momento...

Inundar-me do teu lume...

E a tua noite salgar...

Respirar o teu desejo...

No tecto do meu queixume...

E a tua ostra saborear...

Na pérola deste meu beijo!


Su@vissima

O Toque do querer!

Quero que sejas meu Sol...

Quero que me tomes e navegues,
Me sigas nesta viagem...
Levo-te até à próxima curva,
Que aos meus beijos te entregues,
E ondules na minha margem.

Quero o teu odor aprender,
Que fique em mim tatuado,
Vestir-me do teu amanhecer,
Com o teu cheiro abraçado...
Na tela do meu anoitecer.

Quero que te banhes em mim,
A tua pele percorrer...
Ser o teu olhar sem fim,
Sentir o teu suave gemer,
Ao meu toque de jasmim.

Quero na minha lenha, atear-te,
Em louca dança de prazer,
E com Eric Clapton, cantar-te,
" Heaven close to me...
...I'll give a piece of my heart"

Quero que sejas meu Sol,
Amigo, mimo, amante...senhor,
Minha musa, tempestade, farol.
Quero-te muito...
Meu Amor!

(Ao homem que eu quero (M. C.)


Su@vissima

O Toque do luar!

No teu luar...

Olhei a Lua...
Brilhava cheia do meu querer,
Inundava a porta da minha rua,
Do teu doce sabor a luar...
Procuro-te para me perder,
Na estrada do meu mar.
Navego na pele do desejo,
Embrulhada em seda pura,
Visto-me aqui do teu beijo,
Velejando quase insegura...
No teu horizonte distante,
Lá onde a alma anoitece...
Teu gesto, chão de amante!

Mas quando a brisa amanhece,
E a noite partiu esquecida,
O teu abraço me aquece...
Em fogo me invento tua...
No teu perfume perdida...
Debaixo da tua pele nua!

Su@vissima

Um Toque por inventar!

Entre vós...

Entre nós...
Há os que trazem a raiva no olhar,
Mas fazem poemas a musicas,
Por inventar!
Há os que têm amargura no beijar,
Mas acreditam no Sol e nas verdades,
Por inventar!
Há os que têm as armas para matar,
E dizem construir um mundo,
Por inventar!
Há os que se escondem a enganar,
E passeiam o brilho de sorrisos,
Por inventar!
Há os que sabem massacres, ordenar
E são homens (tão) felizes,
Por inventar!
Há os que têm uma flor a germinar,
E habitam na cidade da mentira,
Por inventar!
Há os que vivem a discursar,
E percorrem as palavras,
Por inventar!
Há os que têm a fome no caminhar,
E a morte nas veias,
Por inventar!

Há os que trazem verdades no olhar,
E nos pulsos correntes...
Por libertar!

Su@vissima

Um Toque continuado!

Teu voo de menino...

O tecto da minha noite, te procura!
" Sente também o odor doce...
...de quem te sente e murmura..
...olhares em voo de veludo "
E a memória hoje me trouxe,
Este teu recadinho de ternura...

Foi em Setembro passado...
No dia chamado de segundo,
Num doce tentar de vontades,
Como te senti a meu lado...
No azul do momento no Mundo,
Acaricio os teus beijos de saudades.

E Abril ainda quase iniciou...
Sinto o teu olhar que me beija,
Numa janela de acesos gemidos,
O tal sentir do passado, ficou!
E eu, neste silêncio da "inveja"
De teus lençóis não percorridos.

Mas Abril, ainda não acabou!

Su@vissima

Toque da jornada!

Desnudando o véu

Caminho rumo à estrela do Norte,
Arrastando-me nesta viagem,
Num doce vagar de lesma,
De que me erguerei em grito selvagem,
No dia do silêncio da morte...
Inventando a sombra de mim mesma.

Ao longo desta minha jornada,
Fui estrela de alguém amanhecer,
Brilhando com tudo de algum nada,
Fui Lua mágica no crescer,
Por um "deus" Sol enfeitiçada...
Pétala de fruto a amadurecer.

E na mais curta caminhada...
Quebro o silêncio da razão,
E do perfume da manhã desejada,
Ao Sol da tarde que vem ou não,
A memória de alguma noite ignorada,
Desaparece na flauta da ilusão.

Caminho rumo à estrela do Sul...
Desnudando o véu suave do coração!

Su@vissima

Um Toque sonhado!

A cor do teu sonho...

Sonho-te...
No labirinto de prazer,
Que o teu desejo em mim faz crescer.

Sonho-me...
Nesta fome de a tua boca sentir,
O refúgio da minha pedir.

Sonho-te...
No seio do meu rio a navegar,
E na minha onda, tua sede acalmar.

Sonho-me...
Abraçada no teu regaço de magia,
A percorrer-te no gesto da melodia.

Sonho-te...
A saborear-me em chocolate de lua,
Voando uma dança serenamente nua.

Sonho-me...
Nos segredos ocultos do meu leito,
Oferecendo um colar de pernas, feito.

Sonho-te...
Semeando as gotas do teu orvalho,
Luxuriosamente pelo meu atalho.

Sonho-me...
Na tua concha o doce saciar,
Até a alvorada do sereno despertar.

Sonho-te...
No amanhecer de prazer,
Que a tal noite em nós faz crescer.

Su@vissima

O Toque das flores!

Abraço das flores

Escrevo este poema na tarde,
Com o suave voo dos pássaros,
Na cidade da tua verdade!

Escrevo a vida das flores,
Das pequenas ervas pisadas,
Na cidade de todos os amores!

Escrevo na maré da incerteza,
Neste doce enamorar,
Na cidade de luz e beleza!

Escrevo este sentir profundo,
Do teu aroma a canela,
Nas cidades deste mundo!

Porque abraço estas verdades?
Em telas de linho guardadas,
No silêncio das cidades!

Porque...
Te beijo nos lábios do meu olhar.
Porque...
Me sonho no voo do teu abraçar.

Su@vissima

O Toque da Terra!

Se me engano...

As crianças riem a brincar...
E na Terra há Nagasakis e Hiroximas!
Os homens riem a amar...
E na Terra há crime e guerra!
As flores crescem a perfumar...
E na Terra há fome e pobreza!
E eu pergunto, mãe Terra...
Com este olhar de tristeza...
Se um dia nos negas o pão,
Se negas da Lua a beleza...
O que me restará, então?
Escrever poemas sem norte?
Não ter das palavras, certeza?
Digo não, aos poemas de morte!
Vou voar no arco-íris...
Com asas de tal leveza,
Sonhar-te em uma nova cor...
E gritar, aqui e além, sem cessar,
Onde está a geração do Amor?
Aquela que sorri a brincar...
E que um dia sorrirá a Amar!

(Is this the Love generation?)

Su@vissima

Um Toque de carícia!

No meu doce algodão

Procurei por ti...
No vale do branco algodão,
Do meu lençol que murmura,
Que a tua desejada mão,
Me encontra na noite escura.

Procurei por ti...
No silêncio do meu quarto,
Inventando a tua imagem,
Que com as paredes reparto,
Breve aroma de miragem!

Procurei por ti...
Naquela doce melodia...
De saboreares meu algodão,
Até que amanheça o dia,
e me inundes de emoção.

Descubro-me em ti...
Quando me tacteiam teus dedos,
E sinto a tua alma acariciar,
Serenando os meus medos,
Quando dizes..."me adorar"

Su@vissima

O Toque da palavra!

Palavras depois de ditas...

Palavras...
Podem ser tão belas!
Quando vestidas de perfume,
Podem cortar como lume.

Palavras...
Não podem ser retiradas...
E quando no silêncio se gritam
Nuas, por dentro fechadas,
E naquele sorriso se sente,
O gesto de não amadas...
A ferida aguda as desmente.

Palavras...
Que são jardins de desejos...
Açucenas brancas de ternura,
Trevos verdes de alegria,
Tulipas negras de amargura,
Rosas vermelhas de beijos.

Palavras...
Devem ser tão belas!
Vestidas, de ombros desnudadas,
Nos sons do arco-íris, abraçadas.

Su@vissima

O Toque na tela!

Tela inacabada...

Sou a tua obra por pintar,
Do meu corpo, faz a tua tela,
Virgem....no desaguar.

Desenhas em sonho o perfume.
Provoco-te em seda o beijar.
Abro-te o meu rio em lume,
Nadas-me a pele em luar.
Seduzo-te em tons de Lua.
Amas-me em grito de mar.
Perco-me em ti, nua...
Encontras-me em pele de fêmea.

Sou a tua obra, meu pintor!
E na paleta da nossa partilha,
Tomas-me em gemidos de cor.

Su@vissima